segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Arrasa-quarteirão diferente!

Quando vemos Will Smith num cartaz, segurando um rifle de repetição e acompanhado de um cachorro, temos a impressão de que estamos diante de um filme de ação típico, movimentado e cheio de frases de efeito. Bem ao gosto do astro de filmes como Eu Robô e Homens de Preto. Mas não é o que acontece nesse Eu sou a lenda (I am legend), mais nova produção de Smith nos cinemas. Aqui, Smith é Dr. Robert Neville, sobrevivente, vivendo numa terra devastada por um vírus mortal. Neville passa seus dias tentando encontrar a cura para tal vírus e as noites se protegendo das criaturas raivosas nas quais alguns poucos humanos, que não morreram, foram transformadas.
Esta é a terceira vez que o romance Eu sou a lenda, de Richard Matheson, vai às telas. Vicente Price (Mortos Que Matam, 1964) e Charlton Heston ( A Última Esperança da Terra, 1971) viveram Dr. Robert Neville antes.
Nesta versão, dirigida por Francis Lawrence (Constantine), Smith passa a maior parte da produção contracenando com uma cadela da raça pastor-alemão, numa solidão de dar dó. E é disso que Eu sou a Lenda fala, solidão. Solidão com roupagem de terror, suspense, ação, mas solidão. E essa solidão sem perspectiva vai deixando Neville insano, o que rende boas risadas também.
É de se estranhar Smith quase em total silêncio, por boa parte da produção. Assim como vai ser estranho, para alguns, a pouca ação do longa, diferente de outros filmes, em que o astro tem uma bala e/ou uma tirada para cada cena. Mas o filme rende bons momentos e tensão de apertar a poltrona, como na cena em que a cadelinha escapa de Neville e entra em um prédio às escuras.
É um filme mais denso do que o trailer, o cartaz e até a presença de Will Smith nos créditos sugerem. É um 'filme com camadas' como o diretor e o astro pregaram em recente divulgação do filme no Brasil.
Lawrence peca por passear por vários gêneros -drama, ficção científica, terror, ação – sem se decidir por nenhum. Precisaria de mais tempo de projeção para tirar mais da solidão de se ser o último homem do mundo. Há também um gostinho de déjà vu, já que o roteiro lembra muito o inglês Extermínio (28 Days Later), de Danny Boyle.
Destaque para o importante papel da brasileira Alice Braga na trama. Com boa atuação, Alice faz bonito ao lado de Will Smith. Este, por sinal, mostra porque é um dos maiores astros de Hollywood, na atualidade, oferecendo uma atuação digna, que astros de ação de outra época, como Stallone e Schwarzenegger, nunca nos ofereceram.
Vale o ingresso e ainda tem trilha sonora recheada de Bob Marley, norteando o personagem.

2 comentários:

Wladmir P. disse...

Concordo plenamente com sua opinião. O filme é realmente bem mais denso que o trailer mostra. Só acho que algo ficou mal explicado: se todo mundo morreu como ele tinha energia elétrica e fornecimento de água?

PS: Falou ele, o KMF dos blogs de cinema, eheheheheheh

Xero

Kido - CineBlog disse...

Wlad, acho que estando sozinho, o fornecimento de energia e água que seria para milhões de pessoas, é capaz de suprir uma única pessoa por um bom tempo.Não sei, liberdade poética, talvez. (rsrsrsrs)