quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Saramago na Apresentação de Ensaio

O KidoCineBlog traz as imagens de José Saramago ao final da exibição de Ensaio Sobre a Cegueira, filme baseado em sua obra.

Ensaio Sobre a Cegueira

Para um cineasta, adaptar um livro para o cinema é uma das tarefas mais inglórias que há. “Se um bode comer o livro e o filme, vai dizer: o livro é melhor”, dizia Alfred Hitchcock.
Adaptando-se um livro para a telona, luta-se contra o tempo, tendo-se que enxugar para pouco mais de duas horas, páginas e páginas de história. Luta-se contra a religiosidade dos fãs, que não querem ver um mínimo detalhe destoando da obra original. E Luta-se, ainda, contra a imaginação do leitor, onde não há falhas ou distorções.
Tarefa muito mais difícil é trazer para o cinema uma história como a do best seller de José Saramago, Ensaio Sobre a Cegueira, romance com história apátrida, em que os personagens sequer têm nomes.
O que dizer então de Fernando Meirelles!? O diretor brasileiro, que teve seus dois trabalhos anteriores baseados em livros – Cidade de Deus e O Jardineiro Fiel – agora nos entrega Ensaio Sobre a Cegueira (Blindness), filme adaptado do romance homônimo de Saramago.
Ensaio Sobre a Cegueira, o livro, dito por muitos infilmável, trata de uma epidemia que acomete os moradores de um país (ou talvez do mundo todo), causando uma cegueira branca repentina. Aqueles acometidos pela doença, cuja causa não se sabe, são colocados em quarentena e passam a perceber que perderam muito mais do que a visão. Única com visão, imune à doença, a mulher do médico (Julianne Moore) vai sentir na carne que, em terra de cego, nem sempre quem tem olhos é rei.
O filme de Meirelles é cru, denso e de difícil digestão. A situação em que os doentes exilados se encontram faz despertar o que há de pior nas pessoas, e o diretor não se exime de mostrar os sentimentos menos nobres que tal circunstância faz aflorar. Por isso, apesar de um elenco com caras conhecidas como as de Julianne Moore, Mark Ruffalo, Gael Garcia Bernal, Danny Glover e da brazuca Alice Braga, talvez o grande público não acolha muito bem o longa. Mas quem disse que bilheteria é sinônimo de bom filme? Fernando Meirelles fez um filme-metáfora que levou Saramago às lágrimas, na exibição particular para o autor, e vai emocionar quem for às salas de cinema também.
O KidoCineBlog mostra o trailer do filme pra você:

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Apagando a Velinha


No Apagando a Velinha de hoje, homenageamos o veterano ator inglês Jeremy Irons. Aqui, em terras tupiniquins, Irons é lembrado por filmes como O Homem da Máscara de Ferro e Duro de Matar - A Vingança. Vale lembrar de seus papéis nos bons O Reverso da Fortuna e Adorável Júlia.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Sai concorrente brasileiro ao Oscar 2009




Nesta terça-feira (16/09), o Ministério da Cultura divulgou o filme brasileiro que irá disputar uma vaga dentre os cinco indicados a Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2009.Trata-se de Última Parada 174, longa-metragem de Bruno Barreto, com roteiro de Bráulio Mantovani (Cidade de Deus). O filme, que concorreu com outros 13 inscritos, por ainda não ter entrado em cartaz em circuito nacional, precisou ser exibido durante uma semana, em Jundiaí, para poder lutar pela preciosa vaga.
O longa de Bruno Barreto conta a história de Sandro do Nascimento, ex-menino de rua que seqüestrou um ônibus cheio de passageiros, por mais de quatro horas, no Rio de Janeiro, em junho de 2000. O evento, de trágico final, também foi mote do documentário Ônibus 174, primeiro filme de José Padilha, diretor de Tropa de Elite, em 2002.
Parada... recebeu críticas negativas da revista norte-americana Variety: ’Uma bocejante sensação de Déjà Vu’, avaliou a matéria. É esperar o filme entrar em cartaz pra tirar conclusões e avaliar as chances de o Brasil estar no Oscar do ano que vem, já que este ano estivemos entre os nove finalistas e não fomos à grande festa do cinema mundial.

KidoCineBlog traz a lista dos outros 13 filmes que concorreram com Última Parada 174:

A Casa de Alice – Dir. Chico Teixera
A Via Láctea – Dir. Lina Chamie
Chega de Saudade – Dir. Laís Bodanski
Era Uma Vez – Dir. Breno Silveira
Estômago – Dir. Marcos Jorge
Meu Nome Não é Johnny – Dir. Mauro Lima
Mutum – Dir. Sandra Kogut
Nossa Vida Não Cabe Num Opala – Dir. Reinaldo Pinheiro
Olho de Boi – Dir. Hermano Penna
Onde Andará Dulce Veiga? – Dir. Guilherme Almeida Prado
O Passado – Dir. Hector Babenco
Os Desafinados – Dir. Walter Lima Jr.
O Signo da Cidade – Dir. Carlos Alberto Riccelli

Apagando a Velinha


Hoje o diretor australiano Baz Luhrmann faz aniversário. O diretor, de curta filmografia, apaga 46 velinhas. Sua obra de maior destaque é o músical Moulin Rouge, com Nicole Kidman e Ewan MacGregor. O filme foi indicado a 8 oscars, em 2002, vencendo nas categorias de melhor figurino e melhor direção de arte.
O diretor dirigiu, ainda, Romeu e Julieta, versão de 1996, com Leonardo DiCaprio.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Apagando a Velinha


Hoje apagam a velinha Tommy Lee Jones (62), que pode ser visto no recente Onde Os Fracos Não Têm Vez, e Oliver Stone (62), o polêmico diretor de Nascido em 4 de Julho e Nixon.

5 Títulos – Clássicos da Sessão da Tarde



Desde 1975, a rede Globo apresenta filmes ditos para toda a família, nas tardes de sua programação, através da Sessão da Tarde. Hoje o programa mostra uma programação voltada, quase que exclusivamente, para o público infantil, mas ainda podemos ainda podemos encontrar alguns filmes figurinhas carimbadas de outrora. Aquelas produções que são sinônimo de forte audiência para emissora, pois atraem o público fiel e, ainda, os mais velhos, saudosos de sua infância ou adolescência.
KidoCineBlog traz 5 destes títulos e deixa a coluna com cheirinho de matinê.

1. A Lagoa Azul – Um dos filmes que mais figuram nas tardes da Globo. A história conta como Emmiline e Richards, duas crianças sobreviventes de um naufrágio, vão descobrindo a ilha que passou a ser sua morada, ao mesmo passo em que vão descobrindo a si mesmos. Cenário paradisíaco que disputa atenção com a beleza de Brooke Shields, futura senhora Michael Jackson(!).
2. Namorada de Aluguel – Patrick Dempsey, hoje astro de comédias românticas, como Encantada, estrelou esse gostoso clássico da sessão da tarde, de 1987. Dempsey é Ronald Miller, jovem trabalhador que, em busca de notoriedade no colégio em que estuda, sugere à garota mais popular e desejada do colégio que finja ser sua namorada, em troca de algum auxílio financeiro. Can’t Buy Me Love, título em inglês do filme, é música dos Beatles e está na trilha sonora da produção.
3. Te Pego Lá Fora – Ninguém gostaria de estar na perle de Jerry Mitchell. É que esse pacato estudante foi jurado pelo psicótico valentão do colégio em que estuda, Buddy Revell. Mitchell vai tentar de todas as maneiras possíveis, fugir do embate com Buddy, marcado para a hora da saída. E , enquanto o ponteiro gira, Mitchell vai se metendo em mais e mais confusões.
4. Karatê Kid – Clássico, não só da sessão da tarde, mas das artes marciais. Exagero? Quem não lembra de senhor Myiaggi? Quem não torceu por Daniel Larrusso? Quem não tentou copiar o golpe do cisne? Quem não brincou com os treinamentos de ‘pintar a cerca’, ‘lixar o assoalho’ ou ‘encerar o carro’? Clássico sim! Do diretor de Rocky – O Lutador, John G. Avildsen, com Ralph Macchio, Pat Morita e Elisabeth Shue.
5. Curtindo A Vida Adoidado - Na década de 80, Mathew Broderick era pra Hollywood, mais ou menos, o astro teen que Shia LaBeuof é hoje. E muito disso deve-se a esse Curtindo A Vida Adoidado. Talvez o maior expoente dentre os clássicos da Sessão da Tarde. Broderick é Farris Bueller, a irreverência e cinismo em pessoa. Tudo que Farris quer é tirar um dia de folga da escola. Junto com a namorada e seu melhor amigo, apronta todas, enquanto foge do diretor da escola. Nos créditos Farris diz: You’re still here? It’s over! Go home. Quem consegue ir embora? Ficamos esperando para ver nosso anti-herói aprontar mais, com ou sem ferrari.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Recauchutando o Cinema

O sociólogo italiano Domenico de Masi prega o ócio criativo, aquele tempinho livre que todo trabalhador deveria ter para criar, ter boas idéias. Talvez a máquina do cinema moa num ritmo tão frenético, que não haja tempo para tal período inventivo. Talvez, por isso, as boas idéias no cinema tenham se perdido em algum lugar do passado, restringindo-se, hoje, a alguns lampejos aqui e ali.
Isso explica, em parte, a febre de remakes e de filmes baseados em quadrinhos, livros, desenhos animados e antigas séries de TV, que acomete Hollywood. Como na química de Lavoisier, 'nada se cria, tudo se transforma', mas talvez muito se perca.
Tal recauchutagem de idéias traz uma constante sensação de Déjà Vu. Dificilmente se vai a uma sala de cinema e se assiste a uma idéia original, algo que não seja transposto da literatura ou da televisão dos anos 70 e 80. O que não é de todo ruim, já que alguns livros merecem ser adaptados e ter suas histórias apresentadas a uma massa maior. Há desenhos animados e quadrinhos que queremos ver na telona. Mas alguns remakes incomodam. Algumas produções deveriam ser 'tombadas', como patrimônio histórico da humanidade, quer seja pela qualidade técnica ou pela importância cultural que possuem.
Refilmar clássicos como Cidadão Kane, O Dia Em Que A Terra Parou e Os Pássaros - como alguns realizadores de Hollywood pretendem - é um sacrilégio, um crime contra o cinema. Filmes como esses, mesmo não havendo perfeição, são plenos. Não precisam, nem merecem, ser refeitos.
A refilmagem é bem-vinda quando agrega valor. Quando aproveita a tecnologia vigente para somar a um bom argumento ou roteiro, outrora rodado. É válida ainda para contar de maneira mais eficiente um argumento desperdiçado, uma história mal contada, anteriormente.
Hollywood, no entanto, tem se aproveitado de refilmagens para camuflar a falta de novas idéias artísticas de seus realizadores e para, é claro, fazer dólares.
Fala-se em requentar histórias como Sexta-Feira 13, Piranha e Homem-Invisível, dentre outros.
Mas trata-se de uma indústria e não do laboratório de Professor Pardal, o leitor pode estar dizendo. É capitalismo e não filantropia artística, pode pensar. Porém, deveria haver um código de honra, como o da máfia. Como Sonny Corleone mostra ao quebrar a máquina fotográfica de um paparazzi e jogar dinheiro no chão para cobrir o prejuízo, no início de O Poderoso Chefão. Os chefões do cinema deveriam ter tal código de honra para não pichar alguns pilares do cinema mundial.
Não se espante se, daqui a uns dez anos, vir um cartaz de Titanic 2018, com os nomes de Freddie Highmore (A Fantástica Fábrica de Chocolate) e Abigail Breslin (Pequena Miss Sunshine), vivendo Jack e Rose. E Leonardo DiCaprio vivendo o capitão do transatlântico, numa justa homenagem ao astro do primeiro filme.
Será o cinema de hoje sendo recauchutado amanhã.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

5 Títulos - Comédia



A 5 títulos desta semana nos traz comédias de bom gosto, comédias para todos os gostos.

1. Quanto Mais Quente Melhor - Billy Wilder nos presenteia com essa comédia que deve ser um dos títulos mais citados pelo KidoCineBlog. Não por acaso. Jack Lemmon e Tony Curtis parecem se divertir bastante e, por tabela, nos divertem também. Tem ainda Marilyn Monroe, em preto e branco, mas reluzindo na tela.
2. Melhor é Impossível - Jack Nicholson com T.O.C., chato o suficiente pra ser detestado por todo o bairro, cuidando do cachorro pequinês de um vizinho gay e testando diariamente a paciência da garçonete vivida por Hellen Hunt. Bom!? Melhor É Impossível!
3. Beijos e Tiros - Pouco visto aqui em terras tupiniquins, Beijos e Tiros é um ótimo representante de comédia-com-cérebro. Química perfeita entre Robert Downey Jr., vivendo um ladrão passando-se por ator, e Val Kilmer, como um detetive gay. Direção e roteiro de Shane Black, roteirista da série Máquina Mortífera.
4. Os Produtores - Remake de Primavera para Hittler (1969). Um produtor (Nathan Lane) e seu contador (Mathew Broderick) tentam armar um esquema para lucrar em cima de peça teatral que seja um fracasso, mas o tiro sai pela culatra. Produção de Mel Brooks, com Uma Thurman e Will Ferrell (excelente) no elenco.
5. Quatro Casamentos e um Funeral - O representante comédia-romântica de nossa lista. Quatro casamentos e um funeral para um solteirão convicto se amarrar. Será suficiente? O humor ácido inglês muito bem representado. Risos de canto de boca que satisfazem.

Virando a Página



Nesta terça-feira, 02 de setembro, Keanu Reeves completa 44 anos. Ator que, se não impressiona pela qualidade de suas atuações, é dono de um magnetismo em tela de fazer inveja a muito astro mais gabaritado. Vale a pena ver tal magnetismo em filmes como Drácula de Bram Stoker, o neoclássico Matrix e O Advogado do Diabo.